TAS-MA - Instrução por Pares


Pesquisa em Instrução por Pares

Figura 1 - Par discutindo

Por ser uma metodologia que possui bastante visibilidade entre as demais, a peer instruction também se tornou alvo de pesquisas mais direcionadas sobre a estrutura do processo de aprendizagem e sua relação com a individualidade de cada estudante, fugindo do comum que seria apenas a experimentação em sala de aula.

Algumas pesquisas, como a desenvolvida no Projeto de reflexão e aplicação de metodologias ativas de aprendizagem no ensino superior, optaram por fazer a análise de muitas variáveis que normalmente não são levadas em conta quando uma instituição ou um docente decidem aplicar determinada metodologia, mas que são de extrema importância à análise e validação da eficiência do método. Nesse projeto foi desenvolvido um perfil de acompanhamento mais detalhado, foram aplicados inventários sobre a rotina de estudos, questionários sobre o perfil socioeconômico, cultural e nível de conhecimento em relação à disciplina que seria cursada. A partir dos dados obtidos pelo levantamento, algumas indagações foram feitas quanto à exigência da continuidade necessária para o êxito da metodologia, o tempo de aula disponível para a aplicação do método(bem como sua organização), a responsabilidade de cada indivíduo no processo, o nível de instrução dos alunos, o papel do docente e a transição do método para aplicação em disciplinas das ciências humanas. Além desses pontos essenciais, também fizeram uma análise com base nos cursos dos estudantes(História, Pedagogia e Direito) e no semestre em que se encontravam. O projeto estava sendo continuado quando o artigo foi publicado, mas algumas informações foram disponibilizadas em relação aos procedimentos iniciais do método; os alunos dos semestres iniciais apresentaram tendências mais flexíveis em relação à mudança da metodologia, onde cerca de 90% realizavam as leituras prévias do material indicado, e obtiveram um crescimento substancial na participação das aulas. Já nos semestres finais os alunos demonstraram resistência à mudança da metodologia e algumas características atreladas ao perfil identificado na maioria dos alunos, como o fato de serem comumente mais velhos, possuírem família e emprego no turno contrário, propiciaram para que as tentativas de dinamizar as aulas e possibilitar a autogestão do aprendizado fossem, de certa forma, frustradas.

Existem também aplicações não documentadas que relacionam a instrução por pares com outras metodologias ativas, como por exemplo as aulas do curso de Cálculo 1 ministradas pelo professor Ricardo Fragelli, da Universidade de Brasília. O professor é responsável pela criação e constante aplicação de metodologias ativas como o método Trezentos, Rei da Derivada, Black, PlayCálculo e Summaê, projetos esses que são atualmente aplicados em diversas universidades por todo o país. Neste caso em especial, acontece da seguinte forma: Ao final de aulas específicas são passados exercícios que exigem que os alunos entrem em contato com o próximo conteúdo a ser abordado na disciplina e então, na aula seguinte, é feita a explicação rápida do assunto utilizando a resolução simultânea dos exercícios; em seguida são disponibilizadas novas questões e é requisitado que os alunos indiquem a alternativa correta levantando as mãos. Dependendo do resultado, é solicitado que discutam com o colega ao lado qual seria a alternativa correta e por quê, até que cheguem num consenso.


Peer Instruction for Astronomy (GREEN, 2003)

Peer Instruction (KNIGHT, 2018)

The effects of peer instruction on students’ conceptual learning and motivation (GOK, 2012)