TAS-MA - Instrução por Pares


Introdução

Figura 1 - Workflow instrucao por pares

A instrução por pares, também conhecida como peer instruction, é uma metodologia ativa mundialmente conhecida e , assim como as demais metodologias, tem como objetivo otimizar o processo de aprendizagem de forma significativa. O pilar central das metodologias ativas é a desconstrução do padrão de ensino baseado em palestras, que vem se solidificando durante todos esses anos em instituições do nível básico ao superior de ensino. Apesar do perfil e didática dos docentes variam, notou-se que a eficácia das aulas expositivas não era mais a mesma e, com o passar do tempo, não supriria a necessidade de desenvolvimento de novas habilidades que passaram a ser exigidas dos estudantes, como facilidade em realizar trabalhos em equipe, proatividade e certo nível de autodidatismo.
é importante frisar que o método, embora possua um número consideravelmente grande de etapas de aplicação, é um método bastante dinâmico e necessita de muito engajamento dos professores e estudantes antes mesmo do início da aula, ou seja, um processo integralmente colaborativo.
O esquema ao lado pontua as principais etapas do processo de aplicação. Iniciamos com a indicação do conteúdo e material de referência, todas as indicações dessa etapa devem ser feitas pelo professor responsável, baseado no conteúdo e no plano de aula que foi feito. Nessa etapa podem ser utilizados manuais, vídeo aulas, livros, artigos, textos e qualquer outro meio que aborde o conteúdo planejado.
A segunda etapa aborda um tema quase que de exclusiva participação dos alunos, a leitura prévia do material indicado. Esse passo é essencial, pois trabalha a questão de permitir que os estudantes desenvolvam uma autonomia maior em relação aos estudos e obtenham um contato inicial com o assunto que será abordado em sala, ajudando também na memorização.
A terceira etapa trata-se do processo dinâmico que ocorre em sala de aula, que se inicia com a exposição do conteúdo. Essa exposição deve ser feita de forma oral e focada nos conceitos principais relacionados à compreensão do conteúdo, isso dentro de um curto espaço de tempo, durando por volta de 30 minutos. Todas as etapas a partir de agora ocorrem em sala de aula.
A quarta etapa se refere a um dos principais conceitos que diferencia a instrução por pares das demais metodologias, que é o uso de testes conceituais ao menos uma vez por aula. O teste deve ser composto de questões conceituais elaboradas pelo professor e aplicado a cada estudante de forma individual. Pode conter questões de múltipla escolha ou dissertativas, desde que a aplicação e a realização possam ser feitas em pouco tempo, mantendo assim o dinamismo das atividades. No quinto passo é feita a resolução individual dos testes bem como a formulação das justificativas para as respostas apresentadas pelos alunos, acompanhado do passo 6 que consiste na avaliação do professor de cada resposta e decisão de seguir com o conteúdo ou ir para o passo sete, a discussão entre pares. O passo sete, discussão entre pares, é fundamental quando o desempenho da maioria da turma não for satisfatório nos testes conceituais, propõe a discussão e avaliação das respostas até que se chegue a um consenso da dupla de qual seria a resposta correta. O oitavo passo depende da avaliação feita no passo seis e da realização do passo sete, pois o teste só será aplicado novamente caso seja necessário reavaliar se houve uma compreensão melhor do conteúdo por parte dos alunos, tendo em vista que o ato de interagir e discutir os resultados com algum colega pode potencializar a aprendizagem dos dois estudantes envolvidos, dando-lhes a oportunidade de ouvir e explicar de forma mais eficaz o que foi absorvido do conteúdo. Por fim, no passo nove, é feita a explicação das respostas, apresentação dos resultados e o professor decide se deve explicar novamente o conteúdo ou seguir para o próximo, caso tenha obtido êxito na última avaliação.