A utilização da metodologia de Aprendizado Baseado em Problemas tem sido amplamente utilizada em diversas disciplinas do ensino básico ao superior. O início das aplicações aconteciam de forma quase que exclusiva no ensino de Medicina nas universidades brasileiras, mas tem se estendido nos últimos anos a cursos de diversas áreas onde muitas práticas são necessárias ao treinamento dos futuros profissionais, como por exemplo nos cursos de engenharia, computação, psicologia, direito e química, entre tantos outros.
Com o decorrer do tempo, a PBL foi constituída como um método concreto que, de certa forma, pode facilmente adaptar-se à realidade e objetivo de muitas áreas do conhecimento, contribuindo sempre de forma significativa para o desenvolvimento da capacidade investigativa e de efetividade dos estudos individuais, estimulando a criação de um processo de aprendizagem cada vez mais independente de intermediários.
Entre inúmeros os estudos realizados em função da PBL, podemos encontrar alguns que fogem à típica aplicação em sala de aula, como por exemplo a experiência relatada em uma pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da UFSC, onde a prática foi desempenhada por meio de um ambiente virtual de aprendizagem. Esta pesquisa apresenta diversas discussões significativas a cerca de princípios pedagógicos diretamente relacionados à realização da PBL e experimenta essa possibilidade no ensino a distância. De forma particular, é importante destacarmos trabalhos como esse por alguns motivos: Primeiramente, a expectativa de readaptar uma metodologia tão bem avaliada em moldes tão diferentes é memorável, pois pode contribuir de forma significativa com a democratização do conhecimento. O segundo ponto importante também tem relação direta com um tema implícito na ideia anterior, que seria a relação da utilização da tecnologia em práticas educacionais. Com a criação de metodologias ativas a utilização de meios tecnológicos com fins educacionais tem ganhado muito espaço, pois proporcionam o acesso a muitas informações de forma menos complexa e mantém o interesse do estudante devido à não-utilização de ferramentas tradicionais de estudo, além de proporcionar certa flexibilidade nos estudos por não possuir local e horário definido para as práticas. Utilizando também essa nova perspectiva do ensino a distância foram desenvolvidas pesquisas como a da UFCSPA (referência 6) , que buscou a união do ensino presencial com o ensino a distância no curso de Medicina através da ferramenta Moodle, utilizada em diversas universidades brasileiras inclusive na Universidade de Brasília. Teses como essas apresentam de forma notória a ideia de que o processo de construção do conhecimento não precisa de um cenário fixo, mas sim de um meio de transmissão de informações.