A PBL tem por principal objetivo estimular a proatividade e aprimorar as habilidades dos indivíduos dos grupos por meio de debates e trabalho conjunto. Dessa forma, a fase final do ciclo de solução do problema, que deverá ter sido cuidadosamente proposto, representa o coração da metodologia por englobar quase que integralmente esses objetivos.
O projeto integrador, além de possuir papel importante na metodologia, também é amplamente utilizado na formação de cursos como o de engenharia, pois possibilita a união entre a teoria e a prática que serão necessárias em diversos momentos do cotidiano do profissional já formado. Algumas características importantes do projeto devem ser enfatizadas desde o início, assim que os estudantes recebem a proposta de problema a ser resolvido, como por exemplo as técnicas que serão utilizadas no planejamento, organização e execução do projeto, além de seguir evidenciando qual o objetivo final para manter o foco dos estudantes. A principal preocupação em realizar a etapa do processo integrador é desenvolver algumas competências, como:
- A articulação dos saberes adquiridos com o estudo
- Melhoria da capacidade decisiva
- A relação entre teorias aprendidas na disciplina e a realização de sua prática
- Oralidade e postura ao expor o projeto
- Melhoria na capacidade de administrar tarefas
- Melhoria na prática de atividades em equipe
Nesta etapa, o professor é responsável pela definição e acompanhamento de cada grupo formado, buscando sempre acompanhar a performance dos estudantes e solucionar possíveis problemas entre os membros da equipe, evitando sempre que a atuação de qualquer aluno possa ser prejudicada. O ideal é que cada grupo, a depender do objetivo e da disciplina, possua de 4 a 6 integrantes, tamanho que permite a participação efetiva de todos os membros sem que haja sobrecarga ou falta de atribuições a algum. Após a realização de todas as tarefas e pesquisas, as informações devem ser compartilhadas entre o grupo e aplicadas ao problema.
A criação de um espaço colaborativo abre muitas portas para os estudantes, onde além de aprender sobre relacionamento social podem investir na construção do conhecimento de forma leve, solucionando dúvidas uns dos outros e contribuindo com o que for possível, sem a pressão de ter que responder diretamente à “autoridade” da classe. Por fim, o projeto passará por, pelo menos, duas avaliações. Deve existir um prazo para a finalização da solução e apresentação para o professor e os demais membros da turma, onde o professor deverá avaliar o resultado final e pontuar o projeto bem como o desempenho individual de cada aluno, que deve ser observado durante todo o processo mesmo que de forma superficial.
Além das avaliações citadas anteriormente, existem algumas atribuições particulares dos professores, bem como um perfil interessante ao apoio educacional traçado em específico para a PBL. No quadro de supervisores possuímos duas figuras principais: O(s) professor(es) e o(s) monitor(es). De forma exclusiva, o professor tutor deve ficar encarregado de todo o planejamento pedagógico e do direcionamento de todas as etapas da metodologia, desde a decisão do tema principal e elaboração do problema até a avaliação final das soluções apresentadas pelos estudantes; o mais importante da supervisão do tutor é a garantia do desenvolvimento de todas as competências necessárias ao abordar determinados temas para que a síntese do conhecimento seja realizada da forma mais objetiva possível. Juntamente com a execução de todas as etapas, é necessário que haja um cauteloso acompanhamento para que seja possível a realização de constantes correções, tanto individuais quanto gerais aos grupos, quando necessárias. Quanto aos monitores, é interessante que haja a seleção de pelo menos um(a depender do tamanho da turma) e que, de preferência, já tenha tido contato com a metodologia e a disciplina de aplicação, pois assim poderão atentar-se a complicações que fazem parte apenas da realidade dos estudantes e podem não ocorrer aos professores. De forma geral, a função principal do monitor é fornecer auxílio constante ao professor. Tal auxílio engloba, principalmente, a possibilidade de uma extensão da supervisão apurada de toda a turma(que normalmente é um problema devido à grande quantidade de alunos) e suporte aos alunos em relação a eventuais dúvidas a respeito do conteúdo ou a realização das etapas da metodologia.
Ao fim da experiência, é importante que haja a promoção de uma autoavaliação do processo de aprendizagem por parte dos próprios alunos. Neste último estágio cada aluno realiza a avaliação de seu próprio desempenho, dos demais colegas do grupo e do próprio professor, ocasionando no desenvolvimento da capacidade de autocrítica e elaboração de críticas construtivas.